domingo, 22 de março de 2009

Prova de seleção do ensino médio do CEFET-Campos / Uned 2006 (Respondida)

Prova de seleção para o ensino médio/técnico do CEFET-Campos / Uned de 2006.
Pratiquem...

QUESTÃO 33
Com base nas informações obtidas na figura ao lado, pode-se afirmar que a variação climática existente no continente africano está condicionada principalmente à variação e influência da(s)

a) massas de ar e da grande quantidade de chuvas,
b) altitude e da latitude;
c) altitude e das chuvas;
d) correntes oceânicas e das frentes frias;
e) tsunamis e das massas de ar.

R: Eu sei que é redundante, mas é com base na “figura” ou mapa e este nos apresenta a linha do equador (latitude) e, os diferentes climas da África (na legenda, observem sempre a legenda). Vejam que onde o continente africano é cortado pelo equador temos os climas: equatorial e tropical, conforme nos afastamos do equador temos o clima tropical de altitude. Bem com isso em mente já fica mais fácil de ter uma idéia da resposta, “neh não galera!”, lembrando de que a questão pede: “a variação climática existente no continente africano está condicionada principalmente à variação e influência da(s)” a resposta correta só pode ser a (B).

QUESTÃO 34
Numa reunião realizada na cidade japonesa de Kyoto em 1997, cerca de 10.000 pessoas participaram de um evento de alto nível onde foi aprovado um documento denominado Protocolo de Kyoto.
Fonte: www.eduquenet.net/protokioto.htm acessado dia 20/10/2006

Sobre o Protocolo de Kyoto, é correto afirmar que:
a) os países agrícolas reduziriam suas emissões de gases de efeito estufa;
b) os países agrícolas ampliariam suas emissões de gases de efeito estufa;
c) os países industrializados reduziriam suas emissões de gases de efeito estufa;
d) os países industrializados não mais emitiriam gases de efeito estufa;
e) os países industrializados manteriam suas emissões em níveis atuais de gases de efeito estufa.

R: O protocolo de Kyoto estabelece a redução das emissões de CO2 na atmosfera em 5,2% entre os anos de 2008 a 2012, tendo como base os índices de 1990. Entretanto ele estabelece cotas de redução diferenciadas para diferentes países considerando seu nível de industrialização, ou seja, quanto mais industrializado maior a redução, como exemplo: a União Européia deveria reduzir 8%, Os EUA 7% e 6% para o Canadá, Hungria, Polônia e Japão entre outros. O protocolo também permite que países de “industrialização incompleta” aumentem suas emissões de carbono, como por exemplo: 1% Noruega, 8% Austrália e 10% para a Islândia. E não estabelece redução para países em desenvolvimento, como nós da America Latina. É importante dizer que os Estados Unidos, o maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, recusaram-se a assinar o protocolo.

Para pesquisa sobre esse tema aconselhamos:
www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/vii_en/mesa2/trabalhos/critica_a_postura_dos_eua_sobre_o_protocolo.pdf

http://www.brasilescola.com/geografia/aquecimento-global.htm

Sobre o efeito estufa:
http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Ambiente/?pg=5

QUESTÃO 37
A charge abaixo retrata, ironicamente, um problema atual do mundo do trabalho. Sobre esse assunto, são feitas as seguintes afirmações:


Fonte: GERAB, William J. & ROSSI, Waldemar. Indústria e trabalho no Brasil. São Paulo, Atual, 1997.

I - O processo de substituição do homem pela máquina e o conseqüente desemprego coloca em dúvida a capacidade das sociedades de manter seus cidadãos de forma produtiva e digna.

II - Para muitos, a saída tem sido a busca do emprego por conta própria no setor informal.

III - A informática, a robótica e a automação afetam diferentes setores da economia como o setor bancário, o automobilístico e o têxtil.

Nesse sentido, assinale:
a) Somente I é verdadeira.
b) Somente I e II são verdadeiras.
c) Somente I e III são verdadeiras.
d) Somente III é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.


R: É importante ressaltar que a questão quer informações “Sobre esse assunto(...)” e, qual seria esse assunto? “(...)problema atual do mundo do trabalho(...)”. A charge serve para apontar que problema do mundo do trabalho a questão se refere, qual é esse problema? Tecnologia e desemprego. Então, sobre o problema atual do mundo do trabalho a questão afirma:

“I - O processo de substituição do homem pela máquina e o conseqüente desemprego coloca em dúvida a capacidade das sociedades de manter seus cidadãos de forma produtiva e digna.” Apesar de ser uma questão polêmica, esse tópico trata do desemprego estrutural, ou seja, resultado da evolução dos meios de produção (dos processos e maquinas que levam a fabricação dos produtos).

“II - Para muitos, a saída tem sido a busca do emprego por conta própria no setor informal.” Sem alternativa, por conta do aumento do desemprego, causado em parte pelos motivos apontados pelo item anterior, o trabalhador acaba por se ver obrigado a entrar na informalidade. Setor informal, são empregos sem vinculo empregatício, ou seja, não amparados por lei e portanto sem direitos, com décimo terceiro salário, férias, seguro desemprego. Um bom exemplo são os vendedores ambulantes, como feirantes, vendedores de comida em barraquinhas na rua, etc.

“III - A informática, a robótica e a automação afetam diferentes setores da economia como o setor bancário, o automobilístico e o têxtil.” Os exemplos são muitos, no setor bancários os caixas eletrônicos substituem quantos caixas humanos? E quantos empregos não são economizados pelo atendimento on-line dos bancos? Ou aqueles braços hidráulicos que transportam grandes pesos e executam em tempo recorde e sem parar tarefas complexas como a montagem dos carros? Ou, ainda, as grandes máquinas de costuram, que costuram km de tecido sem precisar de interferência humana? É claro que todas essas mudanças criam novos postos de trabalho, como nas empresas que produzem essas máquinas, ou os operadores e manutenção, entretanto, alem de não se criar empregos na mesma proporção que são extintos, os novos empregos exigem uma capacitação muito maior para o trabalhador, excluindo uma parcela grande da força de trabalho que se encontra despreparada.

As três alternativas estão corretas por se referirem ao problema atual do mundo do trabalho e portanto a alternativa correta é (E).

Saiba mais: http://www.renascebrasil.com.br/f_economia2.htm

QUESTÃO 38
Observe as fotos e os trechos publicados pela revista Newsweek de 19 de setembro de 2005 e responda as duas questões que seguem:






“Pobreza, raça e Katrina. Lições de uma Vergonha Nacional”.















“Deixados para trás: senhora aguardando resgate. TVs evitam mostrar i
magens de pobres, mas elas foram onipresentes durante a cobertura do Katrina”.
















“O furacão Katrina expôs as profundas disparidades entre ricos e pobres nos EUA”.








O furacão Katrina tornou clara uma contradição da condição de potência dos EUA. Que contradição é essa evidenciada pelas imagens e trechos acima?
a) Um país rico que não possui meios para detectar e monitorar possíveis desastres naturais.
b) A nação mais poderosa do mundo convivendo com o drama da pobreza de parte significativa de sua população.

c) A forma como catástrofes naturais podem afetar igualmente nações ricas e pobres.

d) A exposição dos EUA a novos atentados terroristas.
e) A situação de potência hegemônica e sua capacidade de responder aos desafios de uma catástrofe natural.

R: Essa questão é muito simples, pois o próprio enunciado revela a resposta, basta observar as imagens, o que elas mostram? Vamos lá observem! E os textos que acompanham as imagens, do que eles falam? Qual realidade está sendo mostrada?
As imagens são de negros, desamparados e em situação precárias. Os textos falam das desigualdades econômicas que o furacão veio a mostrar por ter atingido uma área pobre dos EUA. Então qual é a resposta certa? É a resposta (B) pois fala da contradição da pobreza no país mais rico.
Duvidas? Comente ai!

QUESTÃO 39
Do ponto de vista da sociedade americana, que problema interno o Katrina deixou à mostra?

a) a questão racial
b) o problema habitacional
c) os pesados investimentos na indústria bélica
d) a incompetência do Governo Bush

e) a questão religiosa

R: A resposta (D) me parece muito aceitável, e a vocês? Entretanto, a questão se refere a “sociedade americana” e não ao governo ou governante diretamente. Nessa perspectiva, o que o Katrina veio a revelar foi a histórica desigualdade racial que permeia a sociedade americana, ainda mais grave nos estados do Sul. Portanto, a resposta correta é a alternativa (A)

Lembrando: Ta com dúvidas? discorda do gabarito? Tem sugestões? Comentem!

sábado, 21 de março de 2009

A ascensão do Hamas ao governo palestino e as novas configurações político-espaciais na Palestina

Em resposta as contribuições do Prof. Celso Tavares ao tema levantado no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=1451092&tid=5288998409646592544

"Conflito em Gaza: quem é o maior terrorista?
A grande imprensa não se cansa de rotular o Hamas e o Hezbollah de organizações terroristas, já que atentam contra a vida de civis israelenses. No entanto, o atual massacre israelense em Gaza, onde dezenas de civis palestinos, incluindo bebês e crianças, são trucidados pelas forças de Israel, é apenas classificado como ação militar, ou, até mesmo, cinicamente, como reação contra o Hamas. Pura hipocrisia! O que estamos presenciando é o que se pode denominar "terrorismo de Estado" contra um povo sem Estado!"

Quanto a está questão acho que ela está tão clara que não há como negar as injustiças que estão acontecendo, acredito, por outro lado que o debate acerca dos motivos que estão por trás desse quadro de hipocrisia e a denuncia do que está acontecendo com o cunho de abrir os olhos das pessoas para a verdade por trás dos panos. Esse quadro está em debate na academia, sinal disso é o tema da prova didática para tutores do CEDERJ: “Avanços e retrocessos na questão palestina”. Eu busquei a ótica das “Novas configurações político-espaciais na Palestina” e “A ascensão do Hamas ao governo palestino”. Embasando a aula na questão da construção do muro da Cisjordânia (um crime contra os valores ocidentais de liberdade e democracia e que financiam esse ato) a perda de poder político do Al-Fatar devido à política de “abaixar a cabeça”, a corrupção dentro da ANP. Esses dois fatores levam a perda do poder do presidente Mahamoud Abbas (Al-Fatar), soma-se a isso o fato do Hamas não ser apenas um braço armado, ele mantém uma rede de assistência a população palestina como creches, hospitais e redes de distribuição de alimentos (não sei dizer em que termos, devemos lembrar que as informações que saem de lá são dúbias) e a gota d’água foi a retirada israelense da faixa de gaza, que sinaliza, e talvez tenha sido mesmo, uma vitória crucial e heróica para o povo palestino.

Todos esses fatos acabaram por fortalecer o Hamas que venceu as eleições legislativas da ANP, em 2006. O Hamas, como partido político, passou a ocupar 56% das cadeiras frente a 34% ocupadas pelo Al-Fatar. Esse fato levou ao endurecimento, outrora pacato, da Autoridade Nacional Palestina, e possibilitou a saída de noticias “inconvenientes”, que ajudam a compreender com mais clareza os fatos. Mais o mais importante é que a verdade é jogada na cara de todos, “os limites da democracia burguesa”.
O primeiro a questionar a própria democracia foi posto pelo ministro de Israel Ehud Olmert ao anunciar que o não é possível negociara com o novo parlamento e que continuara com os “assassinatos seletivos”. Diversos outros líderes mundiais, inclusive dos EUA, compartilham e apóiam a posição de Israel, entretanto outras organizações e países defendem a validade do processo democrático palestino.

Quanto à configuração espacial é importante ressaltar, que além da estratégia de manter a descontinuidade do território palestino e a falta de acesso ao mar (limitado apenas a faixa de gaza), o governo de Israel está construindo, em quanto falamos, o muro da Cisjordânia, que tem cerca de 80% de sua extensão em território palestino segundo os limites estabelecidos pela, se não me engano, ONU em 1967. Foi considerado ilegal em 2004 pelo tribunal internacional de Haia e o Tribunal da ONU afirma que o muro é uma tentativa ilegal de anexar território. Mas o que tem sido feito, efetivamente, para evitar a sua construção? Quem souber comente ai e contribua para o debate.


O Hamas diz ser possível aceitar o estado israelense, desde que este e demais países mediante a exigências como: Os limites territoriais de 1967, reconhecimento do estado palestino e a volta dos cerca de quase 400 mil refugiados. Tais exigências parecem ser difíceis de serem aceitas pelo estado de Israel que já manifestou através de seu muro ilegal e suas declarações de que a volta dos refugiados quer dizer mais terroristas para as linhas de frente do Hamas, o que possivelmente não deixe de ser verdade, entretanto não me parece ser um argumento valido.


A crise mundial pode ser uma virada desse quadro com a conseqüente perda da ajuda internacional a Israel que financia suas manobras militares sobre os palestinos trazendo um pouco mais de igualdade de condições ao conflito, resultando em um possível avanço do Hamas.


Bibliografia

COGGIOLA. O. Revolução e contra-revolução na palestina: Da partilha imperialista a vitória do Hamas Disponível no Sítio da Internet: http://insrolux.org/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=172&Itemid=51, acessado em 04/03/2009.


Para ver: http://popgeografia.blogspot.com/2009/03/faixa-de-gaza.html

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dicas rápidas para fazer um plano de aula

DICAS PARA SE FAZER UM PLANO DE AULA

Por: jojomaravilha

Os OBJETIVOS abrangem seis grandes áreas do conhecer:

• Conhecimento - Conhecer, apontar, criar, identificar, descrever, classificar, definir, reconhecer e relatar no final, pois, se trata de RE.
• Compreensão - Compreender, concluir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, deduzir, localizar, reafirmar no final por causa do RE.
• Aplicação - Aplicar, desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar, praticar, selecionar, traçar. Não tem RE.
• Análise - Analisar, comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar, investigar, provar. Não tem RE.
• Síntese - Sintetizar, compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular, propor, reunir, voltar. Não tem RE.
• Avaliação - Avaliar, argumentar, contratar, decidir, escolher, estimar, julgar, medir, selecionar. Não tem RE.

Todo OBJETIVO tem que ter um verbo do CONHECIMENTO e outro da AVALIAÇÃO. Objetivo não se repete verbo. (+ ou - 5)

COMPETÊNCIAS - Tem que ter verbos da COMPREENSÃO e da APLICAÇÃO. (+ ou - 3)

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO OU EIXO TEMÁTICO - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO quando for sobre a apostila/livro na sua totalidade e EIXO TEMÁTICO quando for apenas de uma parte/capítulo.

METODOLOGIA - Aula expositiva dialógica (Vice-Versa), exposição via televisão ou via televisão/DVD de filme, documentário, clipe e etc. Exposição de transparências via retro projetor, elaboração de fichamentos, resumos de textos pré-selecionados, mapeamentos, resolução de exercícios, aplicação de mini aulas, utilização de recursos instrucionais (giz, quadro, apostila, TV, dvd).

AÇÃO DIDÁTICA - Separada por momentos, descreve de maneiro breve o que se vai trabalhar na sala de aula, só pode ter verbos terminados em MENTO e AÇÃO. (+ ou - 3) Exemplo:

Primeiro Momento

Segundo Momento

Terceiro Momento

HABILIDADES - O que o aluno deverá desenvolver/adquirir durante as aulas, usando os verbos no substantivo, terminado em MENTO ou AÇÃO.

AVALIAÇÃO - Forma com que o aluno será avaliado pelo professor. Pode usar verbos sem o R, como por exemplo: CANTAR - CANTA. (+ ou - 3)

BIBLIOGRAFIA - Apostila ou livro onde se teve o embasamento para a aula.

FONTE: http://popnews.wordpress.com/2007/10/13/dicas-para-se-fazer-um-plano-de-aula/

quarta-feira, 11 de março de 2009

Complexo hidroelétrico do rio Madeira: Uma vergonhosa possibilidade.

Por Prof. Pedro Araújo Marinho*

*Professor do Colégio RH-Positivo Bahiense de Rio das Ostras-RJ; Colaborador do sub-projeto de trilhas interpretativas no vale do Peito de Pomba, Sana, Macaé-RJ.

Introdução
Desde que o governo brasileiro anunciou a construção das hidroelétricas no rio Madeira, no trecho entre as cidades de Porto Velho e Abunã, em Rondônia, o projeto vêm recebendo duras críticas, seja por parte do Estado através do órgão licenciador IBAMA, ou por ampla parcela da sociedade civil organizada.
As controvérsias vão desde as reais finalidades, passando por um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) insatisfatório segundo sociedade civil em geral e o próprio IBAMA, a discordância dos reais valores do projeto e ao custo real da produção de energia, até o uso de uma tecnologia experimental e de certa maneira arriscada.

Licenciamento ambiental no rio Madeira: conflitos e contradições
O EIA apresentado pela Odebrech e Furnas responsáveis pela construção foi recusado três vezes pelo órgão licenciador (IBAMA). Sendo que quando alterado e finalmente aprovado, o IBAMA alerta que diversos pontos estão insatisfatórios, mas que não invalidam o estudo.
Desses pontos insatisfatórios podemos ressaltar:
  1. A inundação parcial da estrada de ferro Madeira-Mamoré maior patrimônio histórico cultural de Rondônia.
  2. Não realização do estudo da fauna que habita o rio Madeira
  3. O levantamento parcial, e em desacordo com os dados apresentados pelo Movimento dos Atingidos por Barragens, das populações que seriam diretamente afetadas pela construção das barragens.

Alem disso o WWF-Brasil afirma, em documento virtual posto a público em seu sitio em julho de 2007, que “Hoje (o rio Madeira) é um dos oito rios livres do planeta a correr sem barragens. Recentemente, ele foi apontado como um dos maiores centros de diversidade de peixes do mundo. Como principal tributário do rio Amazonas, aporta a maior carga de sedimentos, responsáveis pela fertilidade das várzeas da bacia amazônica. A bacia hidrográfica e o rio Madeira são fundamentais para a conservação das espécies migratórias de peixes, principalmente as espécies de bagres que necessitam de toda a extensão do rio para completar seu ciclo produtivo.”.
O documento alerta também que no processo de licenciamento a comunidade de Mutún, que será removida, não foi consultada e que para alem, o empreendimento afetara diretamente, segundo a FUNAI, diversas comunidades indígenas sendo duas delas isoladas.
Tal posição do IBAMA denota que a intenção em aprovar o EIA, mesmo que este seja considerado insatisfatório, pode revelar ao mesmo tempo em que o órgão sede as intensas pressões do governo Lula que acusa o IBAMA de tentar atrasar o crescimento do país, pode também esta levando a briga para âmbito público pos a aprovação das hidroelétricas só se da após a audiência pública, onde a sociedade tem a possibilidade de contestar, alterar e até mesmo impedir a construção das barragens.

Custos e riscos
Quanto ao risco ele esta relacionado à utilização de um novo tipo de tecnologia das turbinas, que não usaria a queda de água e sim a força da correnteza para a geração de energia. Tal tecnologia já vem sendo usada com sucesso na Alemanha, entretanto em escalas muito menores. A utilização em tal escala será um teste o que implica em muitas críticas do ponto de vista do volume de investimento.
Há um contra senso, também, quanto ao volume de dinheiro que será gasto na construção do complexo, segundo Furnas o custo gira em torno de R$ 20 bilhões, entretanto a consultora independente aponta para R$ 21,7 Bilhões. Se compararmos o custo por KW/H médio das hidroelétricas já em funcionamento na Amazônia esse valor se eleva para R$ 28,3 Bilhões.
Mas as discordâncias financeiras não param por ai, quando se fala do custo dessa energia para o consumidor a confusão é ainda maior. Segundo Furnas o preço ficaria entorno de R$ 50,07/MWH e R$ 56,10/MWH. Entretanto segundo a Brasil Energia esse valor seria de até R$ 133,80/MWH se considerarmos os juros dos financiadores privados.
“Ao se considerar dados mais realistas, os valores da energia gerada pelo Complexo Madeira serão maiores do que até o momento se tem conhecimento; ao se internalizar os impactos sociais e ambientais nos custos das obras, os valores da energia serão proibitivos. Assim, o preço final desta energia para o consumidor será muito alto”, afirma o professor da Universidade Federal de Rondônia, Artur Moret, doutor em Planejamento Energético.

O caroço do angu
Segundo Verena Glass, da agencia Carta Maior, as obras do complexo hidroelétrico do rio Madeira seria, supostamente, “parte importante dos projetos da Iniciativa para a Integração de Infra-estrutura Regional da América do Sul (IIRSA, um consórcio inter-Estados que pretende implementar grandes obras de transporte e comunicação no Cone Sul), o Complexo Madeira previu desde o início, além das usinas de Santo Antonio e Jirau, a construção de uma terceira, binacional, na fronteira boliviana, e de outras duas na própria Bolívia.” Esse conjunto de obras além de gerar energia possibilitaria a construção de uma grande hidrovia com a extensão de 4.200 km Essa hidrovia serviria para escoar a produção de commodites da região direto para a Ásia, gerando aumentando da competitividade.

Conclusão
Não entremos no mérito da real necessidade do crescimento econômico e nem na questão de a quem ele atende. Ainda assim, levando em consideração a meta do governo de crescermos 5% ao ano até 2020, o WWF afirma, no estudo Agenda Elétrica Sustentável 2020, que o Brasil poderia obter a energia necessária economizando cerca de R$ 33 bilhões e sem comprometer o meio ambiente se ao invés de investir em hidroelétricas buscasse formas alternativas de energia como biomassa e eólica, que alem de muito menos impactante, também otimizariam a distribuição de energia por poder ser implantada próximo a centros urbanos.
Ao que parece, o que falta, é falta de vontade política, isso para não dizer pior. Mas a questão aqui é outra, se há uma alternativa mais barata e muito menos impactante ao meio ambiente, porque as hidroelétricas no rio Madeira? E principalmente, a quem interessa realmente o empreendimento?


Bibliografia
GLASS, V. Complexo do Rio Madeira seria embrião de megaprojeto de infra-estrutura para exportação. Disponível no sitio na internet: http://reporterbrasil.org.br/imprimir.php?escravo=1&id=739, Acesso em 27/11/2007.
HAMÚ, D. WWF no Brasil: Licenciamento prévio das usinas no rio madeira. Disponível no sitio da internet: http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/wwf_brasil/index.cfm?uNewsID=8500, Acesso em 27/11/2007.

terça-feira, 10 de março de 2009

Planejamentos de Aulas (Exemplos)

O CENTRO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO SUPERIOR A DISTÂNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – FUNDAÇÃO CECIERJ, vinculado à SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - SECT realizou, no período de 15 de dezembro de 2008 a 03 de fevereiro de 2009, Seleção de Bolsistas graduados e graduandos de instituições públicas ou privadas, para atuarem como Tutores nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Física, Química, Biologia, Geografia, História e Redação no Pré-Vestibular Social.

Uma das etapas da prova era a realização da Prova didática, para tal, foram divulgados 10 temas para cada disciplina, sendo duas sorteadas na hora de realização da prova e, o candidato deveria escolher um dos dois temas.

Os temas de Geografia foram:
1. A questão amazônica: uso sustentável da floresta versus tipos de exploração tradicionais
2. A exclusão sócio-espacial nas cidades brasileiras
3. Alternativas brasileiras para a questão energética
4. Novas tendências nas relações de trabalho no Brasil e no mundo
5. Implicações políticas e econômicas do aquecimento global
6. A economia mundial: tendências de globalização e regionalização
7. África – a organização política e a tragédia social
8. Avanços e retrocessos na questão palestina
9. Inovações tecnológicas na agricultura
10. O desenvolvimento industrial na região do Paraíba do Sul fluminense

Aproveitando que eu participei da prova, disponibilizo para vocês meus planejamentos de aula. É só clicar no tema.





sexta-feira, 6 de março de 2009

Aquecimento global - Entrevista com Dr. Carlos Nobre


Integra da Entravista:

1º- O Sr. saberia detalhar o "Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climática" anunciado pelo Pres. Lula na abertura da 62ª Assembléia Geral da ONU?
R.: Quando começaram aparecer os relatórios do IPCC na primeira semana de fevereiro com um enorme impacto na mídia mundial, o Pres. Lula determinou à Ministra Marina Silva que o Brasil precisava ter um plano e encarregou o Ministério do Meio Ambiente de articular o começo da construção deste plano o então clamado Plano de Enfrentamento às Mudanças Climáticas que não pode ser visto apenas como um plano ambiental, e eu vou explicar porque. Neste momento a Ministra do Meio Ambiente Marina Silva criou uma nova secretaria no Ministério do Meio Ambiente chamada Secretaria de Mudanças Climáticas comandada pela Telma Krug também saída dos quadros do INPE, esta secretaria tem uma serie de objetivos e missões, mais o mais importante deles é articular em nível de governo brasileiro, em nível de país, de governo e de estado um plano de política publica para o enfrentamento às mudanças climáticas. O que quer dizer enfrentamento? Enfrentamento quer dizer duas coisas, você enfrenta as mudanças climáticas de duas maneiras. Primeiro: Você deve reduzir a amplitude das mudanças climáticas. Como você faz isto? Reduzindo as emissões, este é o primeiro aspecto fundamental. Agora a ciência das mudanças climáticas já vem deixando bem claro alguns anos e não foi somente no quarto relatório do IPCC no terceiro e no segundo já havia falado que algum grau de mudança climática já se tornou inevitável, e este grau não é pequeno, mesmo que consigamos estabilizar as emissões haverá um aumento de temperatura de pelo menos uns 2 graus ou 2,5 graus até o final do século, então enfrentar as mudanças climáticas como não é mais possível reverter o aquecimento global para os níveis de antes do seu inicio, é também nos adaptarmos, então este plano tem 3 pilares fundamentais. O primeiro pilar é: A mitigação das mudanças climáticas atenuando os seus efeitos através da redução das emissões. O segundo pilar é aumentar a capacidade de adaptação de todo o país ás mudanças climáticas que vão acontecer e que já estão acontecendo. O terceiro pilar foi criado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia é ai onde entra o INPE e os Institutos de Pesquisa que através do Ministério de Ciência e Tecnologia criou uma chamada Rede Brasileiro de Pesquisas em Mudanças Climáticas que foi criada para fomentar o conhecimento sobre mudanças climáticas e produzir as informações cientificas e tecnológicas que o Brasil precisa para enfrentar este desafio e foi também por isto que chamei de terceiro pilar o que abastece os outros dois que são de implementação de políticas publicas, tanto de mitigação quanto de adaptação. E assim que esta arquitetado este plano em 3 pilares o da Mitigação o do Enfrentamento e o do Conhecimento e é lógico que esta ainda no começo e para que este plano esteja finalizado vai levar uns dois anos, e depois tem que virar política publica, precisando conseqüentemente ir ao congresso nacional para ser aprovado como lei de política nacional, mais há de se registrar que é um começo e um avanço já que até a pouco o Brasil não tinha nada neste sentido. O último relatório do IPCC teve um papel importante até mesmo na resposta do governo brasileiro.

2º- Na sua avaliação, quais os resultados do 1º fórum de chefes de Estado sobre aquecimento global, realizado no 62ª Assembléia Geral da ONU?
R.: O fórum foi positivo porque esta acontecendo sob o escopo da ONU que e responsável pela convenção das mudanças climáticas e isto mostra que estes acordos dentro deste tipo de reunião de cúpula tem grandes possibilidades de avançar estando dentro do ambiente da ONU. Havia um temor de que começa-se a buscar soluções fora da convenção do clima e acho que as soluções tem que ser buscadas como um grande acordo dentro da convenção do clima.

3º- No Brasil o principal fator de emissão de CO2 é o desmatamento, com grande parte deste acontecendo na Amazônia. Como o INPE pode ajudar ou tem ajudado a combater o desmatamento da Amazônia e em outras regiões do Brasil?
R.: O INPE faz um trabalho muito importante por ser o principal instituto governamental que faz o monitoramento dos desmatamentos, hoje nós temos um monitoramento que semanal, quinzenal então ele detecta o desmatamento praticamente na hora que ele ocorre, são 30 anos de experiência do INPE nisto com um enorme aporte tecnológico, equipes muito bem treinadas e a partir destas analises e possível ver a tendência do desmatamento, onde e velocidade em que esta ocorrendo, isto tudo e repassado para os órgãos governamentais como IBAMA, estados e ministério publico e estes dados estão se mostrando historicamente principalmente nos últimos anos fundamentais para instrumentalizar os órgãos de controle na questão da redução do desmatamento. Este é um grande papel que o INPE esta desenvolvendo.

4º- Muito se fala sobre as possíveis conseqüências das mudanças climáticas para a Amazônia, e o Pantanal também sofreria grandes alterações?
R.: Existe muito pouco estudo, a comunidade cientifica deveria estudar mais o pantanal, em geral as chuvas não devem modificar muito durante as estações chuvosas nas bacias que alimentam o pantanal e a estação seca pode ficar ainda mais seca, isto aumenta a sazonalidade das chuvas isto significaria que o ciclo de seca e cheias no pantanal teria uma amplitude ainda maior do que já tem e com a temperatura mais alta significa que a evaporação também aumenta naquele enorme corpo de água que na época da cheia tem 140 mil Km2 isto significa conseqüentemente menos água liquida. Mais não existe estudos detalhados sobre isto, o Brasil esta muito atrasado em estudar os impactos das mudanças climáticas.

5º- Podemos chamar o Catarina de furacão?
R.: Um ano e meio depois da ocorrência do Catarina ouve aqui no INPE uma reunião com cientistas brasileiro e estrangeiros especialistas na área e chegaram a conclusão que de fato o Catarina foi um furação e não um ciclone. E o primeiro que se tem registro no atlântico sul.

6º- Com o risco do aumento do nível dos oceanos como ficariam as cidades litorâneas brasileiras?
R.: O Brasil não é o pais mais vulnerável neste sentido comparado aos nossos aproximados 8000 km de costa, o Brasil tem menos de 100 mil km2 abaixo de 10m sendo mais ou menos uns 20 mil km2 abaixo de 5m sendo que a maior parte destas áreas são ainda remotas e se o nível do mar subir 1m os efeitos máximos aconteceram nesta faixa até 5m como a ressaca, problemas de esgotos e etc... O Brasil esta longe de ser um caso como Bangladesh, Vietnã, Holanda por exemplo que tem 60% do seu território abaixo do nível do mar, porém o Brasil tem cidades litorâneas importantes que tem populações pobres vivendo em favelas em beira de rios que tem seu nível elevado quando o nível do mar sobe. Estas populações muitas delas vivendo no Rio de Janeiro, Recife, Santos e São Vicente entre outras vão ter que sair, mais ainda não se fez um estudo mais detalhado de quais são as áreas mais afetadas, este estudo é muito importante porque tem paises do hemisfério norte que já estão mexendo em sua infra-estrutura litorânea, portos, pontes, sistemas de esgoto, enfim tudo. O Brasil ainda não tem estudos neste sentido, mais eu acho que nesta área o tempo perdido vai ser rapidamente recuperado, porque o Brasil tem bolsões em grandes cidades litorâneas de grandes populações, segundo um mapeamento que fizeram no Rio de Janeiro se o nível do mar subir 1m teria que desalojar 200 mil pessoas de uma grande favela muito próxima do nível do mar. São números respeitáveis de pessoas afetadas, porem o Brasil não esta entre os paises mais vulneráveis. Nos próximos 100 anos pelo IPCC o nível do mar subiria entre 30 e 60 cm estimativas mais recentes indicam que a possibilidade de subir até 1 m não é desprezível.

7º- Quais as conseqüência do aquecimento global para o Brasil? O INPE tem um estudo sobre isto? Como este estudo é desenvolvido?
R.: O INPE foi o primeiro órgão brasileiro a fazer este estudo sob cenários futuros das mudanças climática em parceria com Universidade de São Paulo e a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável e foram desenvolvidos os primeiros cenários do que pode acontecer com o clima no Brasil até o final do século, calcular o que vai acontecer com as temperaturas, chuvas e ventos. O INPE agora tem uma série de parceiros para começar a estudar mais em função dos cenários climáticos futuros quais serão os impactos na agricultura, recursos hídricos, zonas costeiras, saúde, ecossistemas, mega cidades, geração de energia. A idéia é usar cada vez mais estes resultados para entender como as mudanças climáticas vão impactar os diversos setores do país e a sociedade como um todo.

8º- Como ficaria a questão do abastecimento de água nas grandes e medias cidade do Brasil?
R.: Há muita incerteza ainda sobre as chuvas, mais o que já se sabe e que como o planeta mais quente o regime de chuvas vai ficar mais episódico, ou seja choverá menos vezes mais com chuvas mais fortes, pode ser que o total de chuva não diminua ou até aumente, a chuva virá em pancadas mais fortes e isto tem implicações em abastecimento de água, assoreamento, poluição do ar. Agora a grande preocupação é em relação ao semi-árido do nordeste, lá os cenários projetam um clima mais seco com menos água disponível no solo.

9º- Quais as previsões para a agricultura nas diversas regiões do Brasil?
R.: Como ainda há incertezas sobre as chuvas ainda não é possível fazer uma previsão mais apurada, agora o efeito da temperatura já tem sido muito estudado pela EMBRAPA e mostra que a agricultura Brasileira quase toda perde. Até 2 graus de aumento de temperatura a cana-de-açúcar não muda muito a resposta, o milho cai, o trigo cai, soja cai um pouco, no sul do Brasil há uma compensação à soja pode se desenvolver mais, arroz, feijão tem declínio acentuado. No entanto, a EMBRAPA já esta desenvolvendo programas para buscar a adaptação da agricultura brasileira às mudanças climáticas. Em geral mais quente é pior para a agricultura.

10º - Com as mudanças climáticas teríamos agravamento de algumas doenças?
R.: Há varias questões, 1º Existem muitas doenças associadas às ondas de calor que já estão ocorrendo, e aumentando principalmente em crianças e muito idosos. Uma cidade urbana que é muito grande e poluída, a poluição aumenta com o aumento da temperatura, assim todos os malefícios ligados à poluição vão aumentar se não houver o controle da poluição. Chuvas e tempestades ocorrendo de forma episódica significa mais inundações urbanas como os riscos à saúde associados, como transmissão de leptospirose, diminuição da qualidade da água para consumo humano, veiculação hídrica de doenças e expansão da faixa de ocorrência dos vetores de doenças como a dengue e malaria diretamente proporcional ao aumento das temperaturas.

11º- O que o Sr. acho da última reunião do IPCC em Bali? R.: A minha expectativa é positiva, no entanto, não estou esperando nenhuma revolução, acredito que será um salto incremental, pelo fato de começar-se falar seriamente sobre um documento pós 2012, pós Kyoto, como serão os mecanismos de manutenção e expansão das metas, qual a participação dos paises em desenvolvimento. Nesta reunião que ocorrerá em dezembro deste ano tem muitas questões importantes que precisão ser conversadas e algumas resoluções tem que ser tomadas agora em 2007, se nós quisermos que elas estejam em ponto de implementação em 2009, precisamos de alguns anos para que não haja solução de continuidade entre o fim do protocolo de kyoto e este novo.

12º- O Sr. Tem alguma previsão sobre os níveis de redução de CO2 que os paises estariam dispostos se comprometer?
R.: A Europa já fez um compromisso voluntário de reduzir em 20% as emissões de toda a União Européia em relação de 1990 até 2020 se os EUA concordar eles reduzem até 30%. Eu creio que não se vai bater o martelo agora em Bali sobre o volume esperado de reduções, mais eu acho que não será menos que 20% em relação a 1990 e ai sim os EUA terão que entrar, não que os EUA assinaram agora em 2007 mais nos próximos 2 anos terá que acontecer.

13º- O Sr. diria que a Reunião de Bali esta amarrado com as eleições nos EUA?
R.: Acredito que sim, como tantos outros assuntos mundiais estão, mais eu não sou a pessoa mais indicada para responder isto. Não sou diplomata.

14º- Na reunião de Bali, seria atribuído cotas para os paises em desenvolvimento?
R.: Não se pensa em cotas para paises em desenvolvimento. Nenhum país em desenvolvimento vai aceitar cotas antes que os EUA reduzam em muito suas emissões. Não tem cabimento paises em desenvolvimento assumindo cotas e os EUA não. Eu não vejo possibilidade nenhuma de alguma negociação neste sentido prosperar antes que os EUA assumam metas significativas não pode ser algo apenas simbólico e isto sob o escopo da ONU, não acredito em acordos em paralelo.

15º- Finalmente, quais as suas conclusões do que a humanidade já avançou sobre a questão e quais as suas perspectivas futuras?

R.: A ciência avançou muito, e pode com muita confiança dizer que este aquecimento global esta sendo ocasionado pela humanidade. A premiação com o Nobel da Paz ao IPCC e ao Al Gore mostra que este assunto veio para ficar e não sai mais da pauta. Eu penso que, ainda que as nações a nível de indivíduos e empresas ainda estejam muito mais retóricas do que praticas, nos próximos 5 anos haverá uma transformação muito grande na sociedade como produtos mais sustentáveis, maior eficiência no uso de energia, se tornaram praticas comuns estabelecidas principalmente nos paises desenvolvidos e na seqüência também nos paises em desenvolvimento. Não há como fugir. Agora o próximo passo da ciência é tentar descobrir o qual próximos estamos de um ponto critico, de um ponto em que não haveria mais retorno, como por exemplo um derretimento substancial das geleiras da Groelândia que aumentaria o nível do mar em vários metros. A ciência tem que avançar e nos dizer isto com a maior antecedência possível se a temperatura passar de um certo nível se isto vai acontecer e quando. Isto ainda não temos, portanto é muito importante que a ciência avance muito nesta direção nos próximos anos, pois à medida que a ciência tem informações mais concretas sobre o futuro maiores são as decisões sobre as reduções das emissões.


FONTE: http://www.aquecimentoglobal.com.br/carlosnobre2.htm