sexta-feira, 24 de abril de 2009

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA POPULAÇÃO

O total de habitantes do planeta, ou seja, sua população absoluta, supera os 6,5 bilhões de habitantes. Entretanto, esta população não se distribui uniformemente pela superfície terrestre.

Entre todos os continentes, é o asiático que concentra o maior número de habitantes, mais da metade do contingente populacional do nosso planeta. É, portanto, na Ásia que encontramos os países mais populosos, ou seja, aqueles com grande população absoluta, dentre os quais a China e a Índia, as duas nações mais populosas do mundo. Se somarmos a população desses dois países, temos cerca de 35% da população do mundo.

Abaixo, podemos observar um mapa com a distribuição da população absoluta no mundo:
Para uma análise adequada da distribuição mundial não basta, porém, considerarmos apenas a população absoluta dos países. Precisamos levar em conta também a distribuição da população pelo território, ou seja, sua população relativa ou densidade demográfica, de forma a relacionar diretamente o número de habitantes por quilômetro quadrado.

Quando a densidade demográfica de um país é alta, ele é considerado povoado. Precisamos ter cuidado ao interpretar esses dados, os quais não se relacionam com o grau de desenvolvimento das nações. O Brasil, por exemplo, tido como um país subdesenvolvido, é populoso mas é pouco povoado, já que sua densidade demográfica foi apontada pelo IBGE, com 19,9 hab/km² na última década, ao contrário de países como Alemanha e Israel, que possuem uma população relativa superior a 200 hb/km².

Vale lembrar que os números sobre densidade demográfica de um país são literalmente RELATIVOS, pois mesmo dentro do território de uma nação, a população não se distribui uniformemente. Precisamos levar em conta os fatores econômicos, sociais e políticos, como a maior ou menor disponibilidade de empregos ou até mesmo fatores ligados ao relevo e ao clima, que podem facilitar ou dificultar a ocupação humana.

Os países que possuem altos índices de emprego, clima ameno, solos férteis etc, acabam se tornando ECÚMENOS, ou seja, apresentam grande concentração populacional. Outros, que não possuem tais atributos, tornam-se ANECÚMENOS.

Porém, o principal fator de distribuição populacional continua sendo os altos índices de natalidade dos países subdesenvolvidos, onde a concentração é sempre maior do que nos países com elevados padrões de renda.

O principado de Mônaco e a Indonésia são exemplos da relatividade da idéia de superpovoamento, uma vez que Mônaco apresenta uma população relativa alta (600 hab/km²), mas possui uma estrutura econômica e serviços públicos que atendem às necessidades de sua população. Já a Indonésia, com população relativa entre 10 e 50 hab/km² é superpovoada, devido à carência de serviços públicos, de empregos, habitações etc. Nesse contexto, o que conta é a análise das condições socioeconômicas da população, e não a análise meramente demográfica.

Sem mais por agora, um abraço a todos e até o próximo post!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Novo Enem

O novo Enem contará com 200 questões de múltipla escolha divididas em quatro áreas do conhecimento (ciências naturais e humanas, linguagens e matemática), além de uma redação. O novo modelo de seleção chama-se Sistema de Seleção Unificada. Onde os estudantes poderão optar por cinco cursos de uma ou até cinco universidades e poderão, ainda, consultar as médias dos demais candidatos à vaga que ele deseja (como já é feito no PROUNI). Caso a nota do exame não seja suficiente para garantir vaga nas opções iniciais, os candidatos terão liberdade para fazer novas escolhas, uma vez que as notas serão divulgadas antes dos alunos se inscreverem nos cursos das faculdades.
O prazo limite para divulgação da lista das universidades federais que vão adotar o novo sistema já em 2009 é até o fim de abril.
O Enem passará a ser o único critério para a seleção nas universidades que o adotarem? A decisão caberá a cada instituição. O MEC propõe dois modelos. No primeiro, as universidades podem usar o resultado da prova como preferirem, inclusive fazendo uma segunda fase própria. A outra opção é aderir ao Sistema de Seleção Unificado. Neste caso, é necessário que o Enem seja a única etapa do processo seletivo. As vagas ficam disponíveis em um sistema eletrônico de inscrição válido para todo o país.
Neste ano a proposta é que ocorra somente um exame, nos dias 3 e 4 de outubro. O MEC pretende, em 2010, aplicar pelo menos dois, tendo como meta chegar a sete por ano, como o SAT, modelo americano no qual se “inspira” o novo Enem.
Apesar de a proposta encontrar-se em fase embrionária, já existem diversas críticas sobre o novo Enem, uma vez que a realidade dos estudantes brasileiros difere da realidade dos estudantes americanos, a tentativa de aplicação do mesmo modelo de ingresso ao ensino superior para muitos é algo incoerente.
Cabe ressaltar algumas peculiaridades como:
1º A tendência do aumento da concorrência das vagas referentes às universidades do sudeste;
2º A falta de infra-estrutura (como alojamentos) das universidades para acomodar os alunos que migram de outros estados e/ou cidades.
3º Qual será que na busca de preparar os alunos para este novo Enem os cursinhos e escolas deixarão “de lado” aspectos locais e/ou regionais?

Assim se configura a nova realidade do ingresso ao ensino superior no Brasil. Cabe a nós, professores e alunos, avaliar os pontos positivos e negativos deste novo modelo.
De qualquer forma, você (aluno) pode propor ao seu professor de geografia, um debate sobre este tema, enfocando questões como: a cópia do sistema de ingresso americano; a problemática dos aspectos locais e regionais, bem como propor novas temáticas..Enfim, reflita, debata, compartilhe idéias e opiniões.

terça-feira, 7 de abril de 2009

A economia mundial: tendências de globalização e regionalização

Ao se falar em regionalização no sentido econômico da palavra, seguimos direto ao ponto que nos interessa nesse momento: os Blocos Econômicos. Mas afinal, o que são eles?

Como Bloco Econômico, podemos entender a reunião de países que têm como objetivo a integração econômica e/ou social, podendo ser classificado em cinco categorias, cujos significados veremos abaixo:

Áreas ou Zonas de Livre Comércio → O menos ambicioso dos tratados econômicos. Trata-se de um acordo entre os países-membros, a fim de eliminar restrições tarifárias e não-tarifárias no que diz respeito a circulação de mercadorias entre os integrantes.

Uniões Aduaneiras → Uma área de livre comércio que vai um pouco além: prevê, além daquilo que firma uma Zona de Livre Comércio, a fixação de uma tarifa externa comunitária, ou seja, um tributo válido para importações provenientes de fora da área.

Mercados Comuns → Engloba as regras da União Aduaneira, mas não para por aí: além de assegurar a livre circulação de mercadorias, visa a circulação de capitais, serviços e pessoas através das fronteiras dos países integrantes.

União Econômica e Monetária → Mercado comum acrescido de uma moeda única, onde as moedas nacionais dão lugar a uma nova moeda, controlada e emitida por um banco central supranacional.

Áreas de Integração por Investimentos → Espaços geográficos que, nas palavras de Magnoli (2000), se verifica uma dinâmica de crescimento econômico fortemente interdependente. Isso se dá porque corporações direcionam investimentos para países vizinhos, deslocando unidades produtivas, implantando filiais, comprando empresas locais, etc. Tais investimentos geram um comércio intra-regional e “invisível”, já que as unidades deslocadas importam das suas matrizes todo o aparato necessário, montando uma cadeia produtiva interligada. Porém, as Áreas de Integração por investimentos não possuem um espaço geográfico definido pelos Estados e podem, desta forma, se expandir ou de contraírem, independente da vontade dos governantes. Ex.: Bacia do Pacífico.

A figura abaixo nos ajuda a entender as características acima de maneira simplificada:


Mas afinal, a multiplicação desses blocos econômicos ameaçam fragmentar a economia mundial, através do isolamento de macro-áreas em si mesmas? A tendência à regionalização implica um obstáculo para a integração global dos mercados?

Sim e Não.

De um lado, fluxos comerciais já existentes são redirecionados, devido a atração exercida pela remoção de barreiras alfandegárias, atuando contra a tendência de globalização. Ao mesmo tempo, novos fluxos comerciais são criados, uma vez que a retirada de barreiras alfandegárias estimula a importação de produtos, uma vez que ocasionam a diminuição de preços, estimulando o comércio e, consequentemente, atuando a favor da globalização.

Atualmente, com o crescimento do comércio internacional, a criação de novas oportunidades de intercâmbio é mais intensa que o redirecionamento de fluxos já existentes, graças a diminuição da prática do protecionismo por parte dos países integrantes de blocos regionais, que preferem rebaixar também as tarifas de mercadorias importadas de fora do seu bloco.

Porém, a globalização não se restringe apenas ao comércio. No que diz respeito às áreas de atuação de empresas transnacionais, os blocos econômicos impulsionam a estruturação de um mercado globalizado. Exemplo disso é o Mercosul, uma Zona de Livre Comércio que incentiva os investimentos estrangeiros nos países do bloco, uma vez que as unidades produtivas instaladas nos limites do Mercosul se beneficiam amplamente pela remoção de barreiras alfandegárias entre os países, a exemplo de montadoras de carros, empresas agroindustriais e construtoras.

Desta forma, podemos concluir que a regionalização não representa uma barreira a globalização. Os blocos regionais, pelo contrário, formam a estrutura orgânica da economia mundial. Por isso, o fortalecimento da última implica a multiplicação dos primeiros, constituindo um regionalismo benigno, que precisa ser distinguido da modalidade segregacionista.



Referência bibliográfica:
MAGNOLI, Demétrio. Globalização Estado Nacional e Espaço Mundial. Coleção
Polêmica. São Paulo: Moderna, 1997.